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PALESTINA LIVRE

Camaradas, 

 

Estamos concentrados aqui hoje para assinalar uma data infame, a data do primeiro aniversário do escalar de um conflito que de novo não tem nada. Ao longo das décadas, Israel e os seus aliados ocidentais continuam a sua política de dominação regional, de ocupação e de violência, com que vitimizam os povos circundantes. Reiteremos sempre que nenhuma destas ações existe no vácuo. Estão sim enquadradas num processo de dominação imperialista com vista a um controlo geo-político que permita a contínua expansão do capital. Para dar um arte de legitimação, este escuda-se  de forma oportunista no judaísmo como pretexto para avançar um projeto colonialista e de teor económico, totalmente alheio à vertente religiosa à qual tanto gosta de se colar.

 

Mas na verdade, podemos perceber as reais consequências deste projeto político, sem precisar de recuar muito no tempo:

 

Há um ano atrás, mais de 40 mil mulheres, homens e crianças palestinianas tinham a sua vida;

Há um ano atrás, 100 mil pessoas tinham o seu paradeiro conhecido;

Há um ano atrás, mais de 150 mil edifícios na faixa de Gaza estava intactos e funcionais;

Há um ano atrás, 400 escolas na faixa de Gaza ainda se encontravam operacionais;

Há um ano atrás, a segurança alimentar extrema, sendo já considerável, não estava nos 96%, como está agora;

Há um ano atrás, 24 hospitais na faixa de Gaza estavam em funcionamento;

Há um ano atrás, 90% dos palestianianos não estavam internamente deslocados.

 

Sejamos claros: o motivo porque isto não se verifica, o motivo para ter sido infligindo tamanho nível de sofrimento humano, deve-se, exclusivamente, à ação imperialista, ocupacionista, xenófoba e assassina de Israel, com conivência e apoio bélico dos Estados Unidos, da Europa e inclusivamente do governo português, que compactuou e continua a compactuar com esta chacina!

 

Isto é demonstrativo do falhanço inerente do capitalismo e da forma violenta como o capital  se expande, retirando imediatamente qualquer dúvida, se ainda existisse, da reclamada idoneidade dos países ocidentais. Camaradas, que “valores europeus” são esses que alguns se orgulham, que não sejam os valores da violência, da destruição, da opressão dos povos e da subjugação de todos os que não se alinhem aos interesses de quem controla esse mesmo capital?

 

De facto, não achemos que a opressão do povo palestiniano se cinge aos interesses geo-políticos locais. Essa opressão sente-se em Portugal e precisamente cá, na cidade do Porto. O capital sionista, roubado aos palestinos e fruto direto da sua opressão violenta, é posteriormente rentabilizado através da promoção de empreendimentos imobiliários de gama alta, fazendo uso e contribuindo diretamente para a especulação imobiliária, para a subida dos preços das casas, para a falta de acesso à habitação, para a existência e aumento dos despejos, e para nossa contínua exploração.  A quem serve isto? A quem serve a venda das nossas cidades? A quem serve a proliferação de empregos com baixos salários? A quem serve o discurso de ódio propagado pela extrema-direita e pelos neoliberais contra as comunidades imigrantes? A quem serve as delirantes teorias da ferradura, as falácias do espantalho e pânico moral? A quem serve mesmo todas estas camadas de sofrimento humano?

 

Camaradas, serve a alguém, de facto. Mas não é a nós. Não é a nós que estamos aqui presentes nem a todos aqueles que vivem do seu trabalho. Não serve aos trabalhadores da saúde, nem da indústria, nem dos transportes. Não serve aos trabalhadores rurais, nem da cultura, nem da educação. Não serve aos trabalhadores imigrantes, nem aos portugueses, nem aos reformados. Não serve aos trabalhadores com deficiência, nem aos jovens. Serve apenas a quem detém o capital e a todos os oportunistas que os rodeiam.

 

Na Habitação Hoje posicionamo-nos inequivocamente contra a guerra imperialista e pelo direito à auto-determinação do povo palestiniano. por um cessar fogo imediato e entrada irrestrita de ajuda humanitária na faixa de Gaza. Pelo fim imediato da violência e ocupações na Cisjordânia. Pelo fim da escalada bélica no Líbano e em todos os países circundantes. Pelo julgamento de todos os cúmplices em crimes de guerra. A favor da resistência do povo palestino e da noção que esta apenas poderá acabar quando a fonte da opressão - Israel - for denunciada como o projeto colonialista e violento que é e sempre se propôs a ser, e seja desse modo  possível caminhar para o seu desmantelamento.

 

Hoje, e sempre, Palestina Livre!

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