top of page
logos_site_2.png

Manifestação

  Depois da manifestação do dia 1 de Abril  voltamos hoje às ruas  por todo o país  para exigir CASAS PARA VIVER!

  Estamos aqui hoje porque o acesso à habitação é tudo-menos garantido.

  Quem anda pelas ruas da cidade sabe qual é a verdade sobre o problema da habitação: somos empurradas para casas cada vez em piores condições, depois para a sobrelotação, para o despejo, e quem não encontra outra casa vai viver pra carros ou na rua. 

  O número de pessoas em situação de sem abrigo só aumenta!

 

  É por isso que na habitação hoje, a organização que representamos, lutamos pelo cumprimento radical do direito à habitação, a partir da resistência, da solidariedade e da luta por outra sociedade.

  Por isto estamos aqui para exigir, em primeiro lugar, mais soluções de emergência

e o fim imediato de todos os despejos!

 

  Justifica-se que se façam contas no final do mês para decidir se se paga comida,  medicamentos ou a renda que aumentou 56% só nos últimos 6 anos? Justifica-se que estudantes deixem de estudar porque não conseguem pagar quartos com rendas que aumentaram 54% nos últimos 2 anos? Justifica-se que mulheres, vítimas de violência doméstica, pessoas LGBTQIA+, sejam sujeitas a situações de violência diária porque não tem uma alternativa onde morar? 

  Justifica-se que se viva em condições degradantes só porque se é imigrante ou racializado? 

  Quanto é que é preciso sofrer para ter uma casa onde viver? 

 

  Por isso, estamos aqui hoje para exigir a redução e o controlo das rendas!

 

  Enquanto sofremos, os proprietários dizem que ainda não chega e nem o céu é o limite para a ganância dos Bancos, dos Fundos imobiliários, do setor da construção e da hotelaria, para a classe dominante, os milionários e os seus projetos de exploração da população e dos territórios. 

  Aqui no centro, hoje, há 1 alojamento local para cada 2 casas e este ano, abre a cada 5 dias um novo hotel em Portugal. A cidade que é boa para o investimento é demasiado boa para nós!

  Onde já não há lugar para morar o que importa é somente a nossa mão de obra e o nosso sorriso hospitaleiro. 

  E enquanto alguns se veem aflitos para pagar as rendas e as prestações ao banco: Os 5 maiores bancos em Portugal lucram 10,7 milhões por dia com a nossa exploração. 

  Estamos aqui hoje também para exigir a nacionalização da banca e dos serviços essenciais!

  Estamos aqui para exigir o fim dos benefícios ao setor imobiliário e do turismo! 

 

  O pacote Mais Habitação, não nos serve! O Estado nada faz para baixar as rendas e as prestações, para parar os despejos, para nos garantir casas para viver. 

  O Mais habitação não vai à raiz do problema e não enfrenta o mercado imobiliário, que é hoje o maior armazém de riqueza do mundo, concentrada numa minoria, e é contra este grande poder que nós, a maioria explorada, estamos hoje a lutar!

  Trabalhar a vida inteira não é o suficiente e nem quando nos reformamos há dinheiro para se viver em paz. A nossa miséria é o projeto do sistema capitalista! Em Portugal quase 2 milhões de pessoas vivem na pobreza!

  Ao mesmo tempo há apenas 2% de habitação pública no país, no Porto há mais, mas este número está longe de ser suficiente, as listas de espera são longas e excludentes, e a maioria de nós fica entregue ao mercado imobiliário e de arrendamento que não garante e nunca garantiu a ninguém o direito à habitação. 

  Só o acesso universal à habitação pode combater a segregação entre quem pode ou não pode pagar por uma casa.     Por isto estamos aqui para exigir a qualificação e o aumento  do parque habitacional público. 

  Estamos aqui para exigir o fim dos critérios excludentes de acesso à habitação pública, defender a prática de rendas de acordo com os rendimentos e o fim do regime de arrendamento acessível.

  E ao mesmo tempo que precisamos de mais casas públicas, por onde quer que andemos vemos tantas casas vazias! Há mais de 723 mil devolutos pelo país, 20 mil só aqui no Porto. A quem é que servem tantas casas vazias? 

 

  Há tantas casas vazias e ainda nos dizem que são os imigrantes e os refugiados que são responsáveis pela falta de casas, ou que o problema são os ciganos e quem recebe o RSI. Quem propaga estes discursos contra os mais discriminados no acesso à habitação só nos quer virar uns contra os outros para continuar a explorar-nos. 

  Há muitas casas para viver, mas só se deixarem de servir para especular!

  As casas vazias servem para lembrar que o direito à propriedade e ao lucro são sempre postos acima das nossas necessidades básicas, como a da habitação.

  Por isso estamos aqui para exigir a expropriação e utilização dos devolutos para o bem comum! 

  Só os devolutos são suficientes para dar casas a quem precisa, diminuindo também o impacto climático que é produzido pelo setor da construção, hoje um dos mais poluentes no mundo!

 

  A crise da habitação e a crise climática, são duas faces deste mesmo projeto de sociedade, que desde a sua fundação, na era das colonizações, sem fronteiras nem limites explorou territórios, dizimou comunidades e o seu ambiente, e que continua a fazer isto aqui e em qualquer lado onde o capital enxergue uma oportunidade pra lucrar mais.

  Se o capitalismo só conhece uma única via de progresso que é extrair cada vez mais e mais dinheiro, destruindo lugares, histórias e vidas. Nós temos de nos perguntar se este é o tipo de progresso que queremos.

Estamos aqui para dizer que não! Queremos mais!

 

  O que nós queremos são CASAS PARA VIVER e mais! 

  Queremos reverter o projeto de cidade em curso!

  Queremos construir  possibilidade de VIDA,  o direito à habitação é o direito ao lugar e  cidade, a uma saúde de qualidade, à educação, às culturas e ao lazer, é a construção de uma sociedade na qual o futuro é desejável. 

  O que nós queremos é a mudança e a revolução!

 

  Se à classe dominante não importam as vidas de quem mora e trabalha nesta cidade, dizemos, viva a luta dos moradores e trabalhadores!

  Se não importa se deixamos de estudar por não conseguir pagar um quarto, viva a luta dos estudantes organizados!

  Se não importa que a cidade não seja um espaço de cultura para nós, viva os artistas que resistem e viva a luta do STOP!

  Se não importa se a casa e a cidade seguem sendo lugares de violência, viva a luta feminista LGBTQIA+!

  Se não importa se viemos de longe com sonhos de construir uma vida melhor viva a luta anticolonial e antiracista e viva a luta dos moradores imigrantes!

  Se não importa que vivemos em meio a um colapso socioambiental, viva a luta por justiça climática!

  Viva a luta coletiva de todas as pessoas exploradas e oprimidas, viva a luta pela emancipação da classe trabalhadora! 

 

Esta é a luta da classe que tudo produz. Se estamos tantos aqui hoje, o que mais não seremos capazes de fazer?

 

Em nenhum período histórico os nossos direitos estiveram garantidos, a única via que nos garante humanidade foi, é e será sempre a LUTA contra o capital e pela transformação da sociedade, uma luta que ninguém faz sozinho.

 

Por isso é preciso estarmos organizados! Juntem-se a nós para construir poder popular!

 

Venceremos!

JUNTA-TE À LUTA! VEM CONSTRUIR O 
PODER POPULAR!

logos_site_2.png
bottom of page