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CASAS PARA VIVER 28 SET 2024

Inquilinas, Sem-teto, Camaradas!

Estamos novamente nas ruas para reivindicar Casas para viver. E porquê? 

Devido a décadas de políticas que colocam o interesse dos especuladores à frente daqueles que sempre viram o seu direito à habitação negado. Por isto dizemos a todas as pessoas inquilinas e sem-teto presentes, que a única forma de vermos o nosso problema resolvido é a partir da nossa luta!

 

É esta luta que construímos na Habitação Hoje, uma luta colectiva e informada! 

Com todas as pessoas violentadas pela renda e forçadas a dar a maior fatia do seu salário aos abutres dos senhorios. Com as que vivem em condições indignas, com humidade e frio, como os milhares de moradores das ilhas do Porto; com as que vivem em sobrelotação, como é o caso da comunidade imigrante que enfrenta xenofobia, que tem cada vez maior dificuldade em regularizar a sua situação e que vemos ser empurrada para as piores condições de vida.

 

São muitas as urgências na luta pelo Direito à Habitação e à Cidade. Hoje salientamos 3 que consideramos essenciais para arrancar com a desmercantilização da habitação!

 

A primeira é o fim dos despejos! O estado afirma querer resolver o problema. 

Mas não é este estado, pelos tribunais e pela polícia, que nos força a sair das nossas casas? 

E não é este estado que nos obriga a sair sem termos uma alternativa? 

Os despejos com que lidamos diariamente atacam as pessoas mais vulneráveis (idosas, mães e os seus filhos).

Porque mesmo pagando, o valor aumenta a cada ano e somos forçados a sair para piores condições!

Atrás de cada renda que pagamos, vive a ameaça de ficarmos sem-abrigo! 

Que me leva ao segundo ponto! 

 

É urgente controlar a rentabilidade das habitações! Enquanto for mais rentável comprar uma casa que, por via da especulação, valoriza mais do que qualquer outro investimento nunca resolveremos o problema da habitação. É urgente tomar medidas no sentido de desmercantilizar as nossas casas! Isto significa acabar com novas e revogar as antigas licenças de Alojamento Local e de hotéis onde existe procura de casas para viver; 

Signifca acabar com a atribuição de residência a partir de investimentos imobiliários; Significa acabar com borlas fiscais aos nómadas digitais. 

 

E obviamente significa baixar e controlar as rendas! 

Não podemos aceitar que a renda de um T1 seja superior a um ordenado mínimo. 

E vejam bem: 

Um senhorio que tenha um T2 aqui no Porto, sem mexer uma palha, ganha mais do que um bombeiro sapador! 

Não fica difícil escolher quem faz cá falta! Controlar as rendas é possível, fácil e grátis! 

Face a isto temos de nos perguntar quais são os interesses que são defendidos no parlamento e se existe efetivamente vontade em resolver este problema! Garantimos aqui que não existe.

A prova disso são os milhões transferidos anualmente dos cofres do estado para os bolsos dos senhorios em apoios à renda. Isto faz com que o valor destas não pare de crescer!

 

Por último o mais importante! 

A única forma de garantir que todos tenham casas para viver é aumentando o parque de habitação social! 

Mas não queremos casas de renda “Acessível” que já todos vimos que não conseguimos pagar! 

Exigimos rendas adequadas aos nossos rendimentos! 

Exigimos que se cumpra a função social da habitação dos 723 mil devolutos por todo o país, cuja maioria está em bom estado de conservação e nos lugares onde existem mais problemas! Para quê construir longe onde não temos escolas, hospitais, trabalho, cinemas, teatros e todas as coisas das quais queremos viver perto, quando temos tantas casas sem uso à nossa volta? 

É urgente planearmos o nosso território! É urgente aumentar o parque de habitação social!

 

Existe solução para os nossos problemas e esta exige que nos organizemos para a agarrar! 

A luta não pode ficar por um protesto às portas de um orçamento que não nos servirá tal como não nos serviram os últimos 40! A luta é construída diariamente ao lado dos nossos vizinhos, informando-nos dos nossos direitos e resistindo à porta de quem vai ser despejado! 

É organizarmo-nos para exigir melhores condições aos nossos senhorios, privando-os da única coisa que lhes interessa, a renda. Por isso dizemos: organizemos greves à renda e ocupemos os devolutos.

Isto não são palavras vazias! Repito: Organizemos greves à renda e ocupemos os devolutos. 

Estas são as estratégias que construímos colectivamente nas nossas assembleias todos os primeiros e terceiros sábados de cada mês! 

Estamos a construir uma associação de inquilinos para reivindicar os nossos direitos e neste momento temos associados suficientes para representar os inquilinos do Porto.

Mas precisamos de mais para chegar aos municípios vizinhos e claro, a todo o país! Juntos construímos o Poder Popular, a única força que pode resolver os nossos problemas, através da mudança radical da sociedade!!

Vê aqui a entrevista que demos na manifestação         Vê aqui a nossa intervenção

JUNTA-TE À LUTA! VEM CONSTRUIR O 
PODER POPULAR!

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